Hymno do curso do 5.º anno jurídico de 1886-1887
Música do maestro Bernardo d'Assumpção
Letra de Ângelo Ferreira
Hymno da récita do 5.º ano jurídico da UC de 1886/1887. Esta récita — intitulada «A Fonte de Sabedoria» — foi a última récita de quintanistas da UC representada no palco do antigo Teatro Académico [de Coimbra], encerrado em Março de 1888 e demolido em 1889.
Hymno do curso do 5.º anno jurídico de 1886-1887 -- Bernardo d'Assumpção by adamoc
O exemplar desta partitura terá pertencido a Manuel Homem de Melo da Câmara, 1.º conde de Águeda, que fez parte desse curso jurídico, e ficou entre os velhos papéis numa casa da família, em Águeda, que foi vendida por um neto (Joaquim de Melo) ao pai de Otília Vidal. Otília encontrou esta partitura e doou-a à TAUC, no dia 1 de Maio de 2025. Esta partitura será integrada no futuro fundo da TAUC no AUC. [Manuel foi irmão do poeta, António Homem de Melo de Macedo (Toy)]
Hymno do curso do 5.º anno jurídico de 1886-1887 -- Bernardo d'Assumpção
Vae bater a última hora
da despedida almejada
Seja este dia um' aurora;
nosso sol, a gargalha.
Toda flor; rompendo o dia,
chora vendo'aurora rir.
Que nos perfume o porvir
a flor da nossa alegria!
Côro
Neste derradeiro abraço
fundimos os corações;
que não vá rasgar-se o laço,
ao ruir das illusões.
A poética cidade,
nossa vida coimbrã,
vae ser vista, na saudade,
como perdida manhã.
E reconstruir no escuro
tão descuidado viver
será de acerbo prazer,
pela tarde, no futuro.
Côro
Neste derradeiro abraço
fundimos os corações;
que não vã rasgar-se o laço,
ao ruir das illusões.
Venha, como de embuscada,
a tristeza, muito embora,
esta noite festeja
roçar com aza traidora;
Mas se olharmos no porvir,
tal como a mulher de Loth,
para o tempo que passou,
petrificamos a rir.
Côro
Neste derradeiro abraço
fundimos os corações;
que não va rasgar-se o laço,
ao ruir das illusões.
D'esta edade-media, em bando
vamos como navegantes,
a sonhar talvez, buscando
mares ignorados, distantes.
Esta vida é como a espuma
das ondas que o mar desata,
é como as folhas da mata
que o vento espalha, uma a uma.
Côro
Neste derradeiro abraço
fundimos os corações;
que não vá rasgar-se o laço,
ao ruir das illusões.
Ângelo Ferreira.
https://pesquisa.auc.uc.pt/descriptions/244348
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