Anto - Franscisco Menano
Fonte Álbum de Fados de Coimbra, Anto, Francisco Menano, José Ferreira & C.ª Editores, s/d.
Em 2016 usei como fonte exemplar da partitura que fotografei no MAC.
Actualmente existe online no Museu do Fado
Anto – Francisco Menano by adamoc
Meninas, lindas meninas
Qual de vós é o meu ideal? Meninas, lindas meninas Do Reino de Portugal! |
Ó quem me dera abraçar-te Contra o peito assim, assim, Levar-me a Morte e levar-te Toda abraçadinha a mim. |
Minha capa vos acoite. Que é para vos agasalhar Se por fora é côr da noite Por dentro é cór do luar... |
A cabra da velha Torre, Meu amor, chama por mim! Quando um estudante morre. Os sinos chamam, assim. |
Vou encher a bilha e trago-a Vasia como a levei! Mondego, que é da tua agua? Que é dos prantos que chorei? |
Ó sinos de Santa Clara, Por quem dobraes, quem morreu? Ah, foi-se a mais linda cára Que houve debaixo do Céu! |
Francisco Paulo Menano frequentou Direito na UC em 1907 e 1912. Enquanto finalista do curso de Direito compôs o «Fado de despedida», apresentado na «Récita do curso do 5.º ano jurídico de 1911-1912»[1], que foi publicado num conjunto de 5 composições da sua autoria (música), pelos editores José Ferreira e Companhia, Coimbra.
Álbum de Fados de Coimbra, música de Francisco Menano:
n.º 1 Fado das Lapas
n.º 2 Sons do Luar
n.º 3 Fado Anto
n.º 4 Fado de despedida
n.º 5 As lavadeira
Destas 5 composições, Anto é a composição que ritmicamente mais foge à tradicional célula rítmica dos fadinhos de Coimbra. Combina duas melodias menor/maior num desenho melódico e harmónico bem construído que caminha para uma resolução musical muito forte. As gravações do tema não seguem alguns aspectos rítmicos e harmónicos desta partitura, como por exemplo, o mais flagrante, a entrada na segunda parte, maior, onde foi introduzida uma entrada em contratempo.
Ler Francisco Menano (1912), por António Manuel Nunes, Março de 2022 (blog Guitarra de Coimbra)
A. Caetano, 1 de Agosto de 2023
[1] Récita intitulada «Em três tempos» da autoria de Paulo Mereia e outros (1912).
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