Skip to main content

Vira de Coimbra por Reynaldo Varella

Vira de Coimbra 

por Reynaldo Varella

Publicado em «5 Fados para Guitarra por Reinaldo Varela», Sassetti & C.ª Editores, s/d.

Disponível online no Museu do Fado.




A digitação da escala de sol maior na guitarra com a indicação de «antiga afinação natural».

Esta informação prévia, feita na publicação de Reynaldo Varella, leva a concluir que a antiga afinação natural (C4 C3 / E4 E3 / G4 G3 / C4 C4 / E4 E4 / G4 G4, 12 cordas, do grave para o agudo) é aqui representada no pentagrama como G3 B3 D4 G4 B4 D5. Subir uma quinta à afinação do instrumento não nos parece realista, por isso, admitimos que Varella simplesmente transpõe a escrita uma quinta acima por razões de economia e equilíbrio da escrita musical no pentagrama, face ao facto de as guitarras terem aumentado a sua tessitura, por adição de trastos (de 12 para 17). Deste modo a guitarra funciona como um instrumento transpositor.


Método de Silva Leite: sublinhe-se que a notação está transposta uma oitava acima.


Com o aumento da tessitura, manter a escrita, sem transposição,
resultaria em desequilíbrio, dificuldade na escrita e na leitura
(especialmente nas linhas suplementares superiores).


Colocando em evidência as vantagens da notação de R. Varella
especialmente no contexto das guitarras com 17 trastos.



Para comparação: as escritas na afinação real e na afinação nominal. A digitação, obviamente é igual. 
Em algum momento, professores do instrumento, terão optado por esta escrita. Em rigor, a afinação natural (em termos absolutos e relativos) permaneceu a mesma mas, pelas razões apontadas, o que sofreu alteração foi a escrita/notação para o instrumento.

Vira de Coimbra (dó Menor) by adamoc


A escrita publicada por Reynaldo Varella:




Comments

Post a Comment

Popular posts from this blog

«Fado serenata» do Hylario e «O sancristán de Coimbra»

Estudo comparativo das melodias A melodia da canção ( fado ) conhecida na Galiza como « O sancristán de Coimbra » é a melodia do « Fado serenata » de Augusto Hylario, que foi publicado em partitura pela Casa Neuparth & C.ª (Rua Nova do Almada, Lisboa) em 1894.  Esta afirmação, não sendo inteiramente novidade (pelo menos António Manuel Nunes já o referiu), merece fundamentação, recorrendo, primeiro, à análise objectiva dos intervalos musicais (como se de um algoritmo de detecção de plágio se tratasse) e à análise da estrutura musical (ritmo e harmonia) e, segundo, à análise de outros aspectos como a letra, a adição de refrão, o contexto histórico e outros. Independentemente das alterações rítmicas e melódicas que sofreu (que, aliás, as singelas composições, conhecidas formalmente como «fados», admitem e promovem) e da harmonização em tom menor (com passagem ao tom maior no refrão ou estribilho), a assinatura melódica é na, minha análise, a mesma. Em Portugal, aproximadamente ...
Post a Comment
Read more

Balada da Despedida do 5º ano Theologico Juridico 1902-1903, Cândido de Viterbo

Balada da Despedida do 5º ano Theologico Juridico 1902-1903 Música de Cândido de Viterbo Letra de Viriato d'Almeida Lima Balada da Despedida do 5.º ano theologico-juridico 1902 1903, Candido de Viterbo by adamoc  
Post a Comment
Read more

O último fado - Augusto Hylario

O último fado  de Augusto Hylario Fonte: Cancioneiro de Músicas Populares, César das Neves Vol. II, 1895, pag 102 e 103, N.º 115 O ultimo fado by adamoc O Fado Hilário moderno resulta da junção do « Fado serenata do Hylario » («Foge lua envergonhada» passa a «A minha capa velhinha») e de «O ultimo fado» . Considerando que, este último, tem duas partes (uma maior e outra menor) o resultante tem 3 partes. A melodia dos dois primeiros versos da primeira parte de «O último fado» foi alterada/ajustada e existem alterações várias em intervalos na melodia mas, grosso modo, a assinatura melódica permite-nos sem esforço apontar a origem. Poderá ser feita uma análise mais minuciosa. A. Caetano, Coimbra, 7 de Fevereiro de 2020 Fado Hilário moderno A minha capa velhinha    <<< melodia do  « Fado serenata do Hylario » É da cor da noite escura, Nela quero amortalhar-me, Quando for p'ra sepultura. A minha capa ondulante <<< m...
Post a Comment
Read more