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Fado de Condeixa - Francisco Lopes Lima de Macedo júnior

Fado de Condeixa

Música do maestro e bedel Francisco Lopes Lima de Macedo Júnior (1858-1939), 

Letra de José Ernesto Marques Donato

Editado  Lith[graphia] Typ[ographia] Corrêa Cardoso - Coimbra, 15 de Agosto de 1907, série Canção Popular n.º 46.

Ver Fado de Condeixa  no blog Guitarra de Coimbra.



Fado de Condeixa by adamoc

Fado de Condeixa [A NOVA] (O fado nasceu d'um beijo)

Música do maestro e bedel Francisco Lopes Lima de Macedo Júnior (1858-1939), 

Letra de José Ernesto Marques Donato


O fado nasceu d'um beijo
Na hora da despedida...
É o grito d'um desejo
Que Deus não poz n'esta vida.
Côro
Para cantar seus amores,
Tem a alma portugueza 
Um hymno feito de dôres,
Uma canção de tristeza.

Lavadeiras do Mondego!
Vossa canção maguada
É a canção dos salgueiros,
Da noitinha à madrugada.
Côro
Para cantar seus amores, etc.

A mulher é uma sancta
A quem rezo com fervor
Orações feitas de beijos;
Ave-Marias do amor.
Côro
Para cantar seus amores, etc. 

Nos salgueiraes do Mondego,
Pelas noites estrelladas.
Vão poetas apprender
Cantigas p'rás namoradas.
Côro
Para cantar seus amores, etc. 

Há quem diga que tu vives
Só p'ra matar corações.
De morrer pra tu viveres
Também tenho tentações
Côro
Para cantar seus autores, etc

Um beijo que tu me deste
Há tempo, já, doce amada,
Ainda me traz, não minto!
A bocca fresca e rosada.
Côro
Para cantar seus amores, etc

Os teus olhos negros, fundos,
Jazida dos corações.
São as negras sepulturas
Onde enterrei illusões.
Côro
Para cantar seus amores, etc.

Dos raios do teu olhar,
Fascinadores, deslumbrantes,
Hão de um dia mil ourives
Desengastar mil brilhantes.
Côro
Para cantar seus amores, etc

Toda a luz do teu olhar;
Reunida n'amplidão,
Tornaria o sol brilhante
Mais negro de que um carvão.
Côro
Para cantar seus amores, etc.

Coimbra, Agosto de 1907 Ernesto Donato 

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