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Barcarolla - Eliza Baptista de Sousa (1897)

Barcarolla

da Récita de despedida do V ano Teológico-Jurídico de 1896-1897, intitulada «Ipsis Verbis», escrita por António Rodrigues da Costa Silveira Júnior e Henrique de Vasconcelos.

Música de D. Eliza Baptista de Sousa [Pedroso]

Letra de António Rodrigues da Costa Silveira Júnior

Récita de Despedida [do] 5.º anno Theologico-Juridico de 1896-1897 / Coimbra / Edição do Curso oferecida à auctora Exma. Sra. D. Elysa Baptista de Souza. Impresso na Typ. e Lit. Minerva Central / Coimbra / 1897.

São 8 páginas de notação musical, além da capa principal, a 2.ª capa e a contracapa.

Fonte: espólio do João Eloy Pereira Nunes Cardoso (São Tomé e Príncipe, 22 de Outubro de 1875 – Lisboa, 29 de Abril de 1944).

Agradecemos a partilha feita pela sua neta, Maria Madalena Eloy. 

Agradecimento também a António Manuel Nunes (digitalização capa e contracapa).





Barcarola by adamoc



Barcarola

VOZ
Nossa vida d'estudantes
                  o nosso amor,
tem do sol os cambiantes,

CÔRO
da lua a pallida côr...

VOZ
Cobrem-nos pretas batinas
                       do coração
quentes chammas purpurinas

CÔRO
d'uma infinita paixão!..

VOZ
E as nossas capas a voar
                  ao doce arfar do vento,
                  assim, com seus rasgões,
-  são como noites sem luar,
                  mas cheio o firmamento
                 d'estrellas com clarões...

CÔRO
Que os sonhos dos rapazes
-  rútilas settas d'aço -
são como dos lilazes
o aroma pelo espaço...

Vamos, ó Mocidade,
            é cantar, é rir,
como o Ideal que invade
            tua alma a florir...

VOZ
Quando passa a serenta,
            lançando ao ar
as suas notas de prata,

CÔRO
soluçantes como o mar:

VOZ
Vão appar'cendo ás janellas
               dôces perfis
de romanticas donzellas,

CÔRO
-  brancas, brancas como houris...

VOZ
E nós marchamos, desferindo 
                 as guitarras gementes,
                 sempre, sempre a cantar;
Emquanto ellas vão seguindo
                 nossas trovas dolentes
                 com seu febril olhar...

VOZ
Coimbra, encantos teus,

CÔRO
Olhos da côr dos céus,
                  Adeus! Adeus!



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