Skip to main content

Ballada da récita de quintanistas de 1900 - Alfredo Keil

Ballada da récita 

«O fim ... de século de um bacharel»

Música de Alfredo Keil, Versos de Alberto Pinheiro,

A partitura foi publicada como recordação da récita dos Quintanistas de Direito, desempenhada em Coimbra, no dia 16 de Maio de 1900.






Colecção e digitalização de João Baeta, a quem agradecemos.


Balada 

Da montanha Oriental 
perfumes de pecegueiro
vêm acalentar medrosos
a ti, meu amôr primeiro;

Doce briza do Levante
acalenta a minha amante


É feito de sol e rosas
Senhora, meu santo amôr:
mais gentil do que Pekim
sob o olhar do Imperador

Doce briza do Levante
acalenta a minha amante

versos de Alberto Pinheiro


Alberto Pinheiro e António Carlos Borges escreveram a peça de teatro «O fim… de século dum bacharel» para a sua récita de despedida enquanto quintanistas de Direito da UC do ano lectivo de 1899-1900, e esta Balada foi composta por Alfredo Keil para a parte musical desta récita. 

- o sistro (glockenspiel) toca na introdução, interlúdio e final
- a balada terá solo e coro mas a partitura não indica a distribuição da letra pela melodia...
- os versos são de Alberto Pinheiro

Estas récitas tinham orquestra completa (madeiras, metais, cordas e percussão) a acompanhar. O sistro integra-se na secção das percussões e o papel poderá ter sido tocado por um glockenspiel ou até por uma celesta. Alfredo Keil (autor da Portuguesa, com relações próximas com a Academia de Coimbra e com a malta da TAUC) adicionou o sistro, em alguns compassos de introdução, interlúdio e final, provavelmente para lhe dar um toque etéreo, volátil, mágico, brincalhão ou "oriental". Segundo Armando Carneiro da Silva («As récitas do V ano», Coimbra, 1955) «A parte musical [desta récita] esteve a cargo de Alfredo Keil, António Augusto de Paiva, Ciríaco Cardoso, Francisco Luís de Macedo, Macário Ferreira, Miguel Angelo e Pascoal Ferreira.».
 
 
Tomás Borba e Fernando Lopes GraçaDicionário de Música (Ilustrado). Lisboa: Edições. Cosmos, 1962.


«Sistro ou sistre, s. m. (do lat. sistru < < gr. seístron). Deu-se em certa época uma confusão, que a homofonia tornou possível, entre as palavras cistre, que é uma modalidade da citara (passando pelo alaúde, a que hoje se chama guitarra inglesa ou guitarra portuguesa), e sistre, ou sistro, instrumento de percussão autófono, que se tocava agitado por um cabo. Um dia a percussão passou a fazer-se com uma maceta e mais tarde, substituídas as vergas características por lâminas de aço, o dispositivo do sistro deu aproximadamente o do xilofone. Deste dispositivo nasceu o instrumento cromático que, continuando a ser sistro, teve mais as seguintes designações: glockenspiel, metalofone, jogo de timbres, etc. A certa altura o francês Mustel teve a feliz ideia, embora já não fosse original (V. ADIAFONO), de aplicar a este instrumento, que desde então se ficou denominando celesta, um teclado como o do piano. E é sob este nome e respectiva forma que o sistre é hoje adoptado em todas as orquestras sinfónicas (V. CELESTA).»
Tomás Borba e Fernando Lopes GraçaDicionário de Música (Ilustrado). Lisboa: Edições. Cosmos, 1962.
 
 
 
A. Caetano, actualização em Janeiro de 2022
 



Comments

Popular posts from this blog

«Fado serenata» do Hylario e «O sancristán de Coimbra»

Estudo comparativo das melodias A melodia da canção ( fado ) conhecida na Galiza como « O sancristán de Coimbra » é a melodia do « Fado serenata » de Augusto Hylario, que foi publicado em partitura pela Casa Neuparth & C.ª (Rua Nova do Almada, Lisboa) em 1894.  Esta afirmação, não sendo inteiramente novidade (pelo menos António Manuel Nunes já o referiu), merece fundamentação, recorrendo, primeiro, à análise objectiva dos intervalos musicais (como se de um algoritmo de detecção de plágio se tratasse) e à análise da estrutura musical (ritmo e harmonia) e, segundo, à análise de outros aspectos como a letra, a adição de refrão, o contexto histórico e outros. Independentemente das alterações rítmicas e melódicas que sofreu (que, aliás, as singelas composições, conhecidas formalmente como «fados», admitem e promovem) e da harmonização em tom menor (com passagem ao tom maior no refrão ou estribilho), a assinatura melódica é na, minha análise, a mesma. Em Portugal, aproximadamente ...

Coro de Carpideiras - Augusto Euclides Menezes, 1905

Enterro do grau - Coimbra, 1905 (quartanistas de Direito) Música de Augusto Euclides Menezes, Versos de Justino Cruz in «Colecção de músicas do Enterro do Grau» Festejos promovidos pelos estudantes da Universidade de Coimbra, 1905. Coro de Carpideiras - Augusto Euclides Menezes by adamoc A. Caetano, 15 de Dezembro de 2024 

Balada da Despedida do 5º ano Theologico Juridico 1902-1903, Cândido de Viterbo

Balada da Despedida do 5º ano Theologico Juridico 1902-1903 Música de Cândido de Viterbo Letra de Viriato d'Almeida Lima Balada da Despedida do 5.º ano theologico-juridico 1902 1903, Candido de Viterbo by adamoc