Hymno do Regresso do Trabalho
Música de António Simões de Carvalho Barbas, letra de Agostinho Brandão.
Este foi o hino da Colónia Agrícola de Vila Fernando, Alentejo, e era cantado todos os dias ao anoitecer. Foi composto pelo Dr. Simões Barbas, a pedido do primeiro director dessa instituição, o Dr. Ernesto Leite de Vasconcellos. Ernesto fez o curso de Direito na UC entre 1886/87 a 1891/92, e foi nesse período que conheceu Simões Barbas, professor de música da Universidade e regente da Tuna estudantina que se organizou em 1888. Ernesto integrou o grupo dramático da estudantina conimbricense de 1888.
Ver apontamento no site da TAUC.
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Revista “Portugal Artístico”, n.º4 de 1 de Abril de 1904 |
Hymno do Regresso do Trabalho
O céu acalente o nosso trabalho
No vivo agazalho
D’um monte de luz;
Rociem serenas o nosso labor,
As bênçãos d’amor
Do dôce Jesus!
No corpo acurvado nossa alma ascendida,
Colhia na lida
Legada dos ceus.
E a cada enxadada que a terra feria
Sentia a alegria
Das bênçãos de Deus.
Aramos da terra o seio fecundo
No esforço jocundo
D’honesto sentir;
Orando e cantando lançamos sementes
Nas ancias frementes
D’um dôce porvir!
Se a gente moireja às chuvas e ao vento,
Cumpre um mandamento
De Deus – trabalhar:
E encontra do somno no dôce remanso,
Preciso o descanço
P’ra novo lidar.
É só o trabalho, que a gente enobrece,
Só elle merece
Premio, galardão;
É mas que um inútil o vil ocioso,
É um ser ominoso,
É mesmo um ladrão!
Côro
Bemdito o trabalho, que é o pae da virtude,
Que gera a saude
E as almas redime;
Maldita a preguiça, que as vidas consome,
No tédio, na fome,
Na vaza do crime.
Fonte: Revista Portugal Artístico (1904, p.126)
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