Skip to main content

Fado Serenata - Alberto de Vasconcellos Moraes

Fado Serenata

Música de Alberto de Vasconcellos Moraes, letra de A. Cardoso dos Santos.




Fonte: espólio do Dr. António Simões de Carvalho Barbas (partitura dedicada e autografada pelo autor, datada de 8 de Abril de 1914, Elvas )



Fado Serenata

Solo

Andam meus olhos buscando
A luz fagueira dos teus,
Como na graça de Deus
A esperança do paraíso
Minh’alma é frágil barquinha
Vogando por entre escolhos;
Tem por farol os teus olhos
E por leme o teu sorriso

Côro

Oh! Vem ouvir, vem ouvir
A canção do trovador,
Oh! Vem ouvir, vem ouvir
As minhas trovas d’amor.

Solo

Debaixo do teu balcão
Na luz branca do luar,
Ao som da banza a cantar
Como antigo trovador,
Eu venho cansado e triste
Dizer-te em voz dolorida
As penas da minha vida,
As magoas do meu amor.

Côro

Oh! Vem ouvir, vem ouvir
Etc., etc.,

Solo

Na capella do meu peito
Eu ergui sagrado altar
Para, devoto, adorar
Formosa imagem de santa.
A minh’alma assim venera
De joelhos, noite e dia,
A sagrada Eucaristia
Do meigo olhar que me encanta.

Côro

Oh! Vem ouvir, vem ouvir
Etc., etc.,

Solo

Tenho na vida um segredo
Guardado dentro do peito,
Em mysterio tão perfeito
Que nunca o soube ninguém
Um amor eterno e puro,
Amor profundo e sincero ..
E aquella a quem tanto quero
Nem mesmo o sabe tambem.

Côro

Oh! Vem ouvir, vem ouvir
Etc., etc.,

Solo

Lua nova, lua cheia
Quarto crescente ou minguante,
A lua eterna inconstante
Em cada hora varia.
Também assim as mulheres
Como leve catavento,
Variam de pensamento…
- Ai de quem n’ellas se fia!...

Côro

Oh! Vem ouvir, vem ouvir
Etc., etc.,


A. Cardoso dos Santos


Comments

Popular posts from this blog

«Fado serenata» do Hylario e «O sancristán de Coimbra»

Estudo comparativo das melodias A melodia da canção ( fado ) conhecida na Galiza como « O sancristán de Coimbra » é a melodia do « Fado serenata » de Augusto Hylario, que foi publicado em partitura pela Casa Neuparth & C.ª (Rua Nova do Almada, Lisboa) em 1894.  Esta afirmação, não sendo inteiramente novidade (pelo menos António Manuel Nunes já o referiu), merece fundamentação, recorrendo, primeiro, à análise objectiva dos intervalos musicais (como se de um algoritmo de detecção de plágio se tratasse) e à análise da estrutura musical (ritmo e harmonia) e, segundo, à análise de outros aspectos como a letra, a adição de refrão, o contexto histórico e outros. Independentemente das alterações rítmicas e melódicas que sofreu (que, aliás, as singelas composições, conhecidas formalmente como «fados», admitem e promovem) e da harmonização em tom menor (com passagem ao tom maior no refrão ou estribilho), a assinatura melódica é na, minha análise, a mesma. Em Portugal, aproximadamente ...

Balada da Despedida do 5º ano Theologico Juridico 1902-1903, Cândido de Viterbo

Balada da Despedida do 5º ano Theologico Juridico 1902-1903 Música de Cândido de Viterbo Letra de Viriato d'Almeida Lima Balada da Despedida do 5.º ano theologico-juridico 1902 1903, Candido de Viterbo by adamoc  

O último fado - Augusto Hylario

O último fado  de Augusto Hylario Fonte: Cancioneiro de Músicas Populares, César das Neves Vol. II, 1895, pag 102 e 103, N.º 115 O ultimo fado by adamoc O Fado Hilário moderno resulta da junção do « Fado serenata do Hylario » («Foge lua envergonhada» passa a «A minha capa velhinha») e de «O ultimo fado» . Considerando que, este último, tem duas partes (uma maior e outra menor) o resultante tem 3 partes. A melodia dos dois primeiros versos da primeira parte de «O último fado» foi alterada/ajustada e existem alterações várias em intervalos na melodia mas, grosso modo, a assinatura melódica permite-nos sem esforço apontar a origem. Poderá ser feita uma análise mais minuciosa. A. Caetano, Coimbra, 7 de Fevereiro de 2020 Fado Hilário moderno A minha capa velhinha    <<< melodia do  « Fado serenata do Hylario » É da cor da noite escura, Nela quero amortalhar-me, Quando for p'ra sepultura. A minha capa ondulante <<< m...