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Hymno dos quintanistas de Direito da UC 1876/1877 - Simões Barbas

Hino dos quintanistas de Direito da UC 1876/1877

Coimbra 1877, música de António Simões de Carvalho Barbas e letra de António Cândido Gonçalves Crespo. Composição da «récita de despedida do curso de Gonçalves Crespo e António Melo - Conde de Sabugosa - que escreveram «Fantasias do Bandarra» tendo regido a orquestra o também quintanista Simões de Carvalho Barbas.» (A. José Soares, 1956)


Do Mondego na cidade
Mais bela que Salamanca
Passamos a mocidade
Risonha gentil e franca.
                      Sorrir e folgar,
                      Choreas trançar.*

Coro:
Que tudo isto é um thesouro
Que tudo nos faz saudade
Quando o innunda a poeira d'ouro
Da festiva mocidade.
(Nos faz saudade, nos faz saudade.)

Que saudades lancinantes
Destes tempos tão fugazes,
Quando dissermos, nós d'antes.
Também já fomos rapazes.

Lá nessas horas divinas
Ser nos hão então presente,
As nossas velhas batinas
E as magras feias serventes.

E o cavaco após a ceia
E as conversas nos Geraes,
E a sabbatina qu'enlea,
E as raparigas do Caes.

Quer na Beira, quer no Minho,
No nosso pátrio torrão
Há-de ouvir-se o "Folgadinho"
Das noites de S. João.

* Do grego, chorêa... choreia ... choreographia ... ou seja, coreia, coreografia.  Dança de roda acompanhada de cantos. É uma alusão às danças de roda nas fogueiras de S. João em Coimbra, nas quais o mandador coordena os movimentos coreográficos do grupo gritando expressões como: meia-volta,  siga a roda, serra, (cruzar/(en)trançar), etc.


Na parte final, aquelas duas sequências de 3 tercinas, parece uma alusão espirituosa ao Hino Académico de Coimbra. :)



A comédia tragico-lyrica-dramática em 4 actos
Extravagâncias extraordinárias
ou
Phantasias do Bandarra
escrito expressamente para ser representada pelo curso do 5.º anno jurídico de 76-77
por Gonçalves Crespo e António de Mello
(Fonte: MAC. Hino numa folha litografada; A comédia em caderno litografado e cosido.)








Tribuno Popular, n.º 2223, 23 de Maio de 1877, pag.3

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